Is now forever taken from my sight.
Though nothing can bring back the hour of splendor in the grass
Of glory in the flower
We will grieve not
Rather find strength in what remains behind."

A primeira vez que vemos Deanie (fremente Natalie Wood) a recitar o poema de William Wordsworth já os corpos se desuniram, o dela com o de Bud (Warren Beatty, que aqui se estreava com um fulgor que só repetiria em Bonnie and Clyde, de Arthur Penn), aturdidos pelo conflito que desperta entre o desejo que irrompe e o puritanismo que o cerceia. Boys don't respect a girl they can go all the way with, boys want a nice girl for a wife, dissera-lhe a mãe. Essa primeira vez é o que exacerba nela a vontade de cair - como se
apenas através da entrega, a um passo da morte, pudesse superar a inevitabilidade inscrita no poema. E o cenário onde a morte espreita é aqui o mesmo onde pela primeira vez vemos irromper o desejo: a queda d'água. Morte que não chega a ser. Morte simbólica. Tempo para o tempo

No fim, depois de reencontrar Bud já casado, Deanie volta a dizer o poema - a voz em off, como se o ouvisse dentro de si. Tudo se aquietou. O buraco deixado pelo desejo é preenchido pela luz muito branca da realidade. A felicidade, disseram-no ambos, é algo no qual já não se pensa muito.
Elia Kazan pode ter sido um filho da puta dum delator mas filmou o desejo, os seus abismos de luz, como poucos