
Regresso ao mar da minha infância, esse mar de uma planura só cortada pela ondulação de uma ocasional traineira a passar ao largo.
Fico por momentos sentado à borda d'água. Recordo com prazer os Verões longos; as manhãs cobertas de uma neblina fria, quando ia para o areal apanhar canivetes; as tardes infindáveis a jogar à bola nos relvados entre os blocos de apartamentos - com esse cheiro ainda hoje tão presente em mim, um cheiro que enchia o ar, cheiro a relva acabada de aparar.
Recordo os dias felizes em que a minha certeza de estar no mundo se deixava guiar, encaixando na perfeição, pela mão forte do meu pai - nascia dela...